sábado, 28 de fevereiro de 2009

De volta

Debaixo dos quatro ou cinco graus centrígrados que fizeram questão de me acompanhar durante sete dias, consegui tudo o que queria. A partir de hoje serei totalmente feliz.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Férias

Amanhã por esta hora estarei num país diferente. E é tudo o que podia pedir neste momento.
Preciso urgentemente de férias!
Em 2008 tive uns dias antes de estagiar e tive outros na passagem de ano. De resto, foi a maior azáfama de sempre.
Tal como na passagem de ano, estes dias vão-me servir para colocar as ideias no lugar e consolidar alguns pensamentos e convicções que tenho vindo a alimentar.
Estou numa fase nova, na qual me sinto confortável com o meu estado social. Voltei a gozar de uma liberdade que já me tinha esquecido que existia. E a ter tempo para os amigos do peito.
Claro que existem desvantagens. Mas neste momento ainda não me parecem graves.
Quando voltar espero vir divertido e feliz. Pronto a tomar decisões profissionais e pessoais.
Tenho um terrível mau feitio e orgulho que me impede de ficar numa posição vulnerável durante muito tempo. Pelo que tenho mesmo de perceber até que ponto sou pretendido (sim, continuo a falar a nível profissional e pessoal).
A fase em que estou é porventura a mais propícia a mudanças. É nesta altura que fica mais fácil ouvir um "não!" redondo. Custa, mas não é a morte do artista. Por muito que se goste do que se faça. Ou de alguém!
No início, as coisas custam sempre menos.
Regressarei portanto, determinado. Veremos no que vai dar.


P.S.: O bichinho de ir viver para Nova Iorque tem-me assaltado cada vez mais vezes.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Palavra de Honra

No princípio era o verbo.
Hoje já não sei.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Stupidity

Há dias em que não posso evitar sentir-me absolutamente estúpido.
Vanglorio-me de ter uma inteligência acima da média, de ser culto q.b., de me interessar por diversas áreas e por gostar de debater todos os assuntos desde que pautados com sensatez.
Mas alturas existem em que tudo isto não serve de nada e em que me limito a ser estúpido, qual Neanderthal.
Hoje magoei a pessoa que mais razões me tem dado para sorrir nos últimos tempos. Sem querer, é certo, mas o mal está feito. Desculpas pedidas e aceites, não consigo deixar de analisar e rever a situação vezes e vezes sem conta. Já desconstruí e passei a pente fino todos os processos que levaram ao sucedido. E consigo pensar em pelo menos uma dezena de maneiras de ter feito as coisas. Todas elas melhores que como realmente sucedeu. É um processo doloroso, no qual fico sempre abismado com a quantidade inata de brutalidade, vulgo estupidez, que demonstrei.
É impressionante como a minha ânsia de fazer tudo ao mesmo tempo teima em trazer-me problemas de tempos a tempos. Dá idéia que tenho medo de não conseguir chegar a todo o lado. E o chato é que quando julgo que já ultrapassei a coisa, eis que volto a meter o pé na argola.
O que vale é que é mesmo raro.
Emendarei certamente esta minha faceta. Prometo a mim mesmo.
Resta-me pedir desculpa mais uma vez. E outra. Mil, as que forem necessárias para que não restem dúvidas sobre a minha verdadeira natureza. Palavras leva-as o vento, bem sei. Mas por enquanto pouco mais posso fazer. Isso e pedir-te que acredites em mim.
Obrigado.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um dia explico-te

Juro que às vezes fico abismado comigo! A quantidade de sensações ufanas que me afloram à pele por ser tão honesto com o mundo...
Li uma vez que quando somos sinceros, pouco há a temer da vida. É inevitável que um dia venhamos a falhar em qualquer coisa. Ainda assim, é fantástico viver com a preocupação única de ser feliz.
Na verdade, o que tento transmitir é que vale realmente a pena apaixonarmo-nos pela vida e por tudo o que esta nos traz de bom.
Momentos existem em que questionamos a sorte que nos calhou. Aquela injustiça feroz, intensa e vasta que pauta momentos radicalmente infelizes. Nestas alturas há que responder bem a todo o tipo de adversidades que nos surgem pelo caminho.
Isto, claro, é infinitamente mais fácil de escrever que fazer.
Ninguém sabe o que está para vir. Mas acredito que mantendo um sorriso nos lábios, não existe quem nos possa mandar abaixo.

P.S.: Não, não "desaprendi de escrever". Este texto não faz sentido para ninguém, excepto para mim. Lamento.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Moody

Começo estas linhas às três e vinte e quatro da manhã.
Estou sentado na cama, munido do portátil. E de um copo de vinho do Porto.
À minha frente jaz toda uma segunda temporada de Californication. Até sair uma terceira, não saberei mais do Hank Moody.
Identifico-me demasiado com esta personagem. Não num modo quando-for-grande-também-quero-ser-assim ou também-quero-ter-imensa-pinta-e-sacar-tipas-a-torto-e-a-direito-enquanto-faço-piadas-e-escrevo-livros. É mais num modo se-não-tiver-cuidado-também-acabo-assim.
A minha adolescência e pós-adolescência consistiu em encarnar um pequeno Hank Moody, com bem menos pinta e bem mais borbulhas na cara. Apesar de ser boa pessoa e nunca ter arranjado problemas a ninguém, a minha vida era relativamente caótica.
Existia uma total ausência de planos e a minha ambição máxima passava por fazer apenas o que me desse prazer. O meu ego era do tamanho de um pequeno paquiderme asiático. Juntando a isto um fascínio total pelo sexo feminino e algum jeito para a conversa herdado do meu progenitor, as coisas assumiam um ritmo incerto e absurdo. Apesar disso, sempre fui sociável, cortês e cavalheiro o suficiente para manter amizade com quase todas as pessoas que de alguma forma entraram na minha vida. As outras foram afastadas pela minha arrogância.
Com o passar do tempo fui evoluíndo e modificando ambições e determinações. Passei a saber o que queria e sempre lutei para lá chegar. Continuava a ser o mesmo tipo, mas agora muito senhor de mim, extremamente seguro, calmo e determinado a ser bem sucedido.
Existi assim até 2007. Quando conheci alguém que a pouco e pouco me foi mudando.
Modelou-me o ego e tornou-me aprazível aos olhos da maioria das pessoas. Houve quem aplaudisse e quem não tivesse gostado. Tornei-me um ser estável, moderado e com a preocupação única de amar aquela que me modificou. Era feliz.
Depois o conto de fadas acabou.
Apostei que num instantinho voltaria a ser o mesmo, um sacana dum Hank Moody aportuguesado e de nariz feio.
A verdade é que não sei se quero. Não sei se será essa a vida para mim. Não sei até que ponto serei feliz e concretizado dessa forma.
Acho que posso perfeitamente continuar a ser um tipo bom, decente e apaixonado pela vida. E que posso ser feliz ao comprometer-me novamente com alguém, de forma séria e honesta.
A vida prega-nos partidas incríveis. E isso é tudo de bom.
São três e cinquenta e seis da manhã. Dói-me a cabeça. Vou tentar dormir.