quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Largas noites tem um mês

Há coisa de um ano escrevi um post no pura insanidade sobre os largos dias que um mês pode ter. Pois bem, este ano, curiosamente por volta da mesma altura, escrevo sobre as largas noites que o meu último mês teve.
Durante o dia refugio-me no trabalho, nos amigos, em tudo o que esteja à mão. À noite é que são elas. Após ver tudo o que dá na tv, ver todos os dvd possíveis e ler tudo o que possa, o sono teima em não chegar. E quando chega é tumultuoso, revolto, qual cabo da boa esperança. Há mais de um mês que durmo pouco, mal e intranquilo. Divirto-me q.b., esqueço por momentos o problema que carrego, mas ao dormir não lhe consigo escapar.
Se ao menos soubesse que te tinha feito algo de mal, podia culpar-me por isso, podia reflectir e procurar alterar essa questão para ser melhor pessoa no futuro. Mas não, tu própria dizes que não te fiz mal nenhum, que não errei em algo de forma particular.
Só me pergunto como é possível que tudo o que alimentávamos, nutríamos e sentíamos um pelo outro tenha desaparecido em tão pouco tempo? E há quanto tempo andavas tu assim, sem me dizeres nada? O que falhou? É a grande questão que me atormenta, o que falhou numa relação que roçou a perfeição? Fui eu? Tu? Nós? Aspecto físico? Psicológico? Afecto? Carinho? Amor? Tempo? Espaço? Sexo? Dinheiro?
Não percebo, definitivamente. Não consigo aceitar que de facto falhou. Ou melhor, aceito, porque não tenho feitio de stalker, de maluquinho perseguidor, psicótico controlador. Mas cá bem no fundo, vou demorar muito tempo a ultrapassar esta questão.
Sem quereres, magoaste-me e marcaste-me para a vida. Não quero sofrer assim nunca mais.
Largas noites tem um mês, de facto. Gostava de saber como são as tuas. E os dias. Se consegues viver tranquila com tudo isto, se pouco te afecta. O que te vai na alma...
Apesar de tudo, ainda te amo. Agora e para sempre.

7 comentários:

Ti disse...

Meu caro, nada é eterno, nem mesmo o sofrimento... As marcas marcam, mas assim como numa cicatriz feia, vai crescer pelo nova, o Sol vai queimar essa pele e escurecê-la, disfarçar a marca... Eventualmente, com o tempo, esquecer-te-ás que a tens...
Com o tempo, tudo passa, as dores acabam por ser esquecidas, novas dores vão surgir, oportunidades para sorrir não vão faltar. Acredita!

Eu acredito, e tu!?

Insano disse...

Eu acredito. Mas é como dizes, vai demorar tempo. E era tudo o que eu não precisava numa fase da vida em que se quer paciência, boa disposição e um porto de abrigo, algo onde nos sintamos seguros.
Eu não sinto, em lado nenhum. Só comigo mesmo, ou seja, voltei aos tempos em que só podia contar comigo e com os comigos de mim, como diz o poeta.
Obrigado pelo apoio, Ti. Não o esquecerei.

João disse...

Apesar de partir sempre desse principio de contar só comigo mesmo, também me vou vendo em situações semelhantes. resta ir inspirando, meu caro. Se o invernoé mais frio, resvisto-me do calor dos amigos, acho eu. tenho razão?

Insano disse...

Toda. E te garanto que tanto eu como tu iremos ultrapassar isto. Talvez até mais cedo que o que imaginamos. Grande abraço e obrigado.

Eleanor Rigby disse...

"Uma chaga para lembrar que há um fim..."

sempre...

Eleanor Rigby disse...

http://br.youtube.com/watch?v=R8lacDsNKfg&feature=related

não serve de conforto... mas ao menos fica bonito em música...

Insano disse...

Obrigado :)